Grave o seu nome, seu traço e reconheça a sua cor preferida. Num instante seguinte, mude de cor e de traço; se quiser, mude até a forma como desenha o seu nome. Descubra a liberdade de se transformar e de fazer a sua própria história”.

Helio Rodrigues


* COMO SURGIU O PROJETO *

A experiência de tantos anos com crianças, em sua maioria, socialmente privilegiadas, já havia me mostrado o poder que tem a arte na construção de identidades.
A proximidade do meu atelier com algumas comunidades pobres, proporcionou um contato com a rotina dessas populações que se desenvolvem à margem da sociedade.
Em 1999, pensei em criar um programa de atividades e propostas artísticas com a intenção de promover a reconstrução de identidades de crianças e jovens que vivem nessas condições. Depois de concluído o programa, resolvi colocá-lo em prática com crianças moradoras de uma pequena favela ao lado do meu atelier em Jacarepaguá.
Feliz com os resultados e percebendo as conquistas feitas pelas crianças, me senti motivado a desenvolver o programa e ampliar o numero de crianças atendidas.
Em 2001 surgiu a oportunidade de implantação do projeto com apoio de uma Ong criada por ex alunos do Colégio Sto Inácio ( Assorgil). Apresentei então uma proposta para apreciação, e felizmente foi aceita. O projeto passou então a ser financeiramente atendido pela Ong Assorgil e fisicamente acolhido por uma importante obra social em Sulacap: “Obra Social Antonio de Aquino”, localizada nas proximidades de várias comunidades pobres.
Durante cinco anos, o projeto foi três vezes ampliado, até chegarmos ao limite do nosso espaço físico: 80 crianças divididas em cinco turmas atendidas em horários diferentes.
Dois anos depois, paralelamente ao trabalho que desenvolvíamos em parceria com a Assorgil, fui procurado pelo Laboratório “Farmoquímica” para desenvolver esse mesmo trabalho com crianças e jovens da favela do Jacarezinho, situada no bairro do Jacaré onde é constatado um dos mais altos índices de violência da cidade. Criei então esse novo núcleo do projeto, onde hoje atendemos a 120 pessoas (crianças e jovens), com excelentes resultados.
No final de 2008, a Ong Assorgil que patrocinava o núcleo inicial foi desativada; o que nos fez interromper o trabalho que vínhamos desenvolvendo no núcleo de Sulacap. Aquele foi um momento difícil, tínhamos 80 crianças além de uma imensa fila de espera. Depois de alguns meses de contato com diferentes Ongs, em busca de uma nova parceria que fosse séria e idônea como a anterior, firmamos então em abril de 2009, uma nova parceria com a Oscip “Radar social”, que passou a nos auxiliar a captar e gerenciar recursos, junto a pessoas físicas e jurídicas. Assim então, felizmente pudemos retomar as nossas atividades dentro da Obra Social Antonio de Aquino.
Nossos atendidos nos dois núcleos do projeto são em sua grande maioria originários de lares desestruturados, com baixíssima auto-estima, o que acarreta outras dificuldades: auto-aceitação e autoreconhecimento. Levando essas crianças a uma natural resistência ao ensino formal e aos distúrbios de comportamento; algumas inclusive já iniciantes em ações marginais.

TRANSFORMAÇÃO DAS ARMAS